Conhecimento do Desconhecimento

Sócrates já dizia paradoxalmente: “só sei que nada sei”. Então como ele poderia ser considerado o mais sábio de Atenas se seu único saber era saber nada?

Conhecimento do Desconhecimento

Limitação: Ao olhar para o universo, somos incapazes de vê-lo por completo e mesmo com grandes telescópios, somos capazes de ver apenas pequena parte dele. Isso devido sua imensidão. Mesmo assim podemos ver sua beleza e grande mistério. Talvez o pior não seja o fato de não podermos ver toda imensidão do universo, mas o fato de não conseguirmos entendê-lo, até na parte observável.

Autocognição: Triste dizer que a humanidade não desconhece apenas o universo externo, mas também o interno. O seu próprio ser. Somos capazes de dizer quem somos de fato? Será que conhecemos nossa verdadeira natureza? Somos apenas carne, osso, e química cerebral ou somos uma consciência além da matéria densa?

Conhecimento: Sócrates já dizia paradoxalmente: “só sei que nada sei”. O Oráculo de Delfos teria dito para Querofonte que o homem mais sábio de Antenas era o Sócrates. Ao saber que o Oráculo teria dito, Sócrates não pôde acreditar, afinal ele mesmo dizia: “só sei que nada sei”, como aquilo poderia ser verdade? Sócrates começou uma pesquisa, e acabou chegando à conclusão de que ele era mesmo o mais sábio, pois ao contrário dos outros homens ele tinha conhecimento de sua ignorância.

Desconhecimento: No mundo há aqueles que não sabem e acreditam saber, e esse desconhecimento da própria ignorância, talvez seja uma das piores formas de ignorância. Não faz mal desconhecer algum aspecto da realidade do que é o universo e do que nós somos, o mal é acreditarmos que sabemos quando na verdade não.

Descrença: Aqueles que como Sócrates percebem sua limitação cognitiva, a incapacidade pelo menos no momento evolutivo atual de desvendar certas realidades da existência, mas que ao mesmo tempo se esforçam para expandir seus horizontes do saber e do conhecimento são aqueles que adotam o princípio da descrença. Essas pessoas estão prontas para novas verdades relativas, e correm das verdades absolutas, dogmáticas, imutáveis, bolorentas e estagnadas no tempo.

Verdade: A verdade relativa é aquilo que o ser humano foi capaz de alcançar com base no discernimento e capacidades daquele momento evolutivo, considerada relativa pois posteriormente aquela ideia antes considerada verdadeira pode vir a se tornar obsoleta e superada, tendo em seu lugar uma ideia mais avançada e atual, com nível de logicidade maior e mais aceitável para aquele novo momento.

Importante: O importante é nos questionarmos. No que acreditamos de forma ilógica, que não tem base em fatos ou boas evidências? Estamos usando o princípio da descrença? Porquê?